- O cultivo do cacau em regime de cabruca, processo que mantêm as grandes árvores de sombreamento e substitui as de pequeno porte por cacaueiros, é típico da lavoura praticada na região do Rio Pardo, no Sul da Bahia. Inexiste na agricultura sistema semelhante, em termos de sustentabilidade e de conservação, resgate, proteção, regeneração e utilização dos Ecossistemas Atlânticos e seus componentes, patrimônio natural da humanidade.O agro ecossistema formado pelo cacau cabruca assegura a proteção, o resgate, a recuperação e a manutenção da rica biodiversidade, o regime hídrico, a formação de corredores ecológicos, e os valores da paisagem regional, ambiental, turístico e cultural. É, enfim, o mais perfeito sistema agrosilvicultural conhecido no Brasil.A Mata Atlântica brasileira é considerada a região de maior biodiversidade do continente americano, devido à riqueza biológica e concentração de espécies da fauna e flora. É o segundo maior bloco de floresta na região neotropical (depois da Amazônia), e cobria uma faixa contínua de terra, ao longo da costa Atlântica brasileira, estimada em 1,36 milhões de km2 de floresta distribuídos em 28 graus de latitude. Em apenas 7,5ha (75.000m2) de matas da nossa região já foram identificadas mais de 500 espécies botânicas, além de quantidade equivalente de espécies animais, o que representa cerca 10 vezes, ou 1.000% mais do que se encontra em todo o território de grandes países europeus.
O Estado da Bahia é guardião de um quarto dos 8% da Mata Atlântica remanescente do Brasil, e a cultura do cacau é a responsável por essa preservação. Nas fazendas de cacau cabruca são abundantes espécies de Ipê (Tabebuia serratefolia), Sapucaia (Lecithis pisonis), Jequitibá (Cariniana estrellensis), Louro pardo (Cordia trichotoma), Sucupira (Pterodon emarginatus), Vinhático (Plathymenia reticulata) e Maçaranduba (Manilkara helata), dentre outras.
Consumir cacau in natura ou chocolate natural é contribuir pela preservação do remanescente da Mata Atlântica brasileira.
